Por Wiliam Felippe
(candidato a vice-prefeito pelo PSTU na Frente
de Luta Socialista (PSOL – PSTU) de Taboão da Serra)

O pior analfabeto é o analfabeto político.
O analfabeto político é tão burro que se
Ele não ouve,
não fala, nem participa dos acontecimentos políticos.
Ele não sabe que
o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato
e do remédio dependem das decisões políticas.
orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a
política.
orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a
política.
Não sabe, o
imbecil,
que da sua ignorância política nasce a prostituta, o menor abandonado,e o pior de todos os bandidos,
que da sua ignorância política nasce a prostituta, o menor abandonado,e o pior de todos os bandidos,
que é o
político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e
multinacionais.
Nesta campanha eleitoral
temos tido a oportunidade de conversar sobre a realidade política municipal,
nacional e até mundial com os operários nas portas de fábricas, com os
funcionários de obras da prefeitura, com os trabalhadores nos bairros populares
e nos centros comerciais. Mas, quando
chegamos numa escola os portões estão fechados para a discussão política.
Muitas vezes, diretores,
vices, coordenadores e supervisores, na sua maioria nomeados pelas prefeituras
e pelo governo do estado, tentam nos enxotar dos portões das escolas, alegando
que “é proibido” discutir política mesmo na porta da escola ou que temos de
ficar a 100 metros de distância. Mas, quando viramos as costas, estes mesmos
serviçais do poder abrem as portas de “suas” escolas aos senhores deputados,
vereadores, prefeitos e secretários dos partidos governantes. Nas festas
juninas e nos eventos para a distribuição de uniformes e materiais escolares,
campanhas de vacinação e outros, são montados verdadeiros palanques eleitorais
para comícios dentro das escolas onde os políticos profissionais tentam enganar
a juventude e a comunidade escolar com sua politicagem clientelista e manter
seus currais eleitorais. Estes mesmos dirigentes escolares proíbem ainda a
discussão dos problemas relacionados às más condições de trabalho, que atentam
contra a saúde e integridade física dos trabalhadores e crianças. Ao mesmo
tempo em que ostentam em seus carrões os adesivos de seus chefes candidatos. Partidos
como o PT levam seus políticos profissionais para dentro de “suas” escolas com
o argumento de discutir “questões relevantes” para a comunidade, mas que se
resumem a buscar a cooptação para seus planos de governo. Mas, é claro, nada
disso é fazer política na escola!
Este clientelismo político é
praticado de forma escancarada e cínica nas redes municipais. Na rede estadual
é feito de forma mais encoberta e mediada pela poderosa burocracia
escolar.
A proibição da política na
escola visa excluir os partidos operários, socialistas e revolucionários que
têm como principal método a discussão política nos locais de trabalho, estudo e
moradia, num diálogo direto e não midiático com os explorados e oprimidos. O
que é proibido é utilizar as campanhas eleitorais para seguir mobilizando e
conscientizando a juventude e os trabalhadores para que lutem por seus
direitos.
Existem sim dirigentes
escolares que buscam um relacionamento democrático com os trabalhadores,
estudantes e comunidade, mas estes são a exceção que confirma a regra acima
descrita.
Infelizmente também
encontramos nas escolas muitos professores que nos fulminam com seus olhares repreensivos,
fazendo-nos sentir como pecadores dentro da sacristia: como ousam macular a
Escola com a política?! Reproduzem desta forma os argumentos dos que detêm o
poder.
A burguesia e seus lacaios
sempre buscaram manter a política revolucionária longe das escolas. Na história
mais recente, a política foi banida das escolas pelos militares do golpe de 64.
Mas, no calor das lutas contra a ditadura militar, no final dos anos 70 e nos
anos 80, a política invadiu as escolas, subverteu a ordem e tomou pela goela a
burocracia escolar, que naqueles tempos defendia a ditadura, como os de agora
defendem a “democracia”, quer dizer, a democracia dos ricos e corruptos. A
política foi levada de volta às escolas pelas mãos da vanguarda que se
mobilizava nas ruas e nas greves, muitos deles professores e trabalhadores da
educação, que discutiam abertamente a política com os estudantes. A juventude
recebia dentro da escola a sua primeira educação política.
Não sabem os professores de
hoje que, ao se recusarem ao debate político no interior das escolas condenam-se
a si mesmos ao analfabetismo político? E, o que é ainda pior: colocam-se como
obstáculos ao acesso da juventude à formação e participação política,
condenando também nossos jovens ao analfabetismo político, que, como se sabe, é
ainda mais nocivo do que o analfabetismo da língua.
No meio deste deserto de
conscientização política em que se transformaram as escolas, alguns poucos e
bons exemplos devem ser destacados, como a iniciativa de professores da Escola
Estadual Edgard Francisco, em Taboão da Serra, que promoveu uma sabatina dos
candidatos a prefeito. A participação da juventude foi intensa. Não tivermos
conhecimento de outros debates políticos realizados nas escolas de Taboão, Embu
e região e mesmo em São Paulo, foram poucos.
A juventude tem que tomar
para si o debate e a luta política, rebelando-se contra a falsa e hipócrita
proibição da política nas escolas. Tem que subverter novamente a ordem, como
nós, hoje mais velhos, fizemos nos anos 70 e 80. Tem que tomar novamente pela
goela a maioria de diretores, vices, coordenadores e supervisores
obscurantistas, que proíbem a política revolucionária para beneficiarem e serem
beneficiados com a politicagem dos donos do poder (PSDB, PT, PC do B, PSB, PMDB,
PDT, PV, PSD, etc). A juventude tem que ensinar aos professores ingênuos, que
se sentem muito sábios falando de “proibição da política nas escolas”, o poema
de Brecht.
Do interior dos trabalhadores
da educação deve se destacar uma coluna de professores e profissionais com
consciência política de classe, que milite para superar o analfabetismo
político de sua própria categoria profissional e volte a colocá-la na vanguarda
das lutas políticas do país. E, desta forma, se colocando como aliados e
incentivadores da politização revolucionária da juventude.
Abaixo o analfabetismo
político!
Pela liberdade de discussão
política no interior das escolas!
Fora os gestores
autoritários, ladinos e hipócritas!
Eleição direta para
diretores e coordenadores escolares!
Por uma escola democrática!
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