terça-feira, 26 de novembro de 2013

Quem é contra o feriado da Consciência Negra em Taboão da Serra?


Nota do PSTU/Taboão da Serra – 26/11/2013

QUEM É CONTRA O FERIADO DA CONSCIÊNCIA NEGRA
EM TABOÃO DA SERRA?

Essa é a pergunta feita pelos trabalhadores e trabalhadoras nas portas das fábricas, escolas e demais locais de trabalho. Essa é a pergunta feita pela juventude nas ruas e praças.

Em todos os municípios vizinhos é considerado feriado, por que aqui não? Essa é uma data de extrema importância para fazermos uma reflexão, e não somente comemorar e fazer festa, sobre nossa história e sobre a situação atual do povo negro.

É dia de perguntarmos por que os negros são as maiores vítimas da violência policial em todo o país? Tendo três vezes mais chances de ser assassinados do que um branco. De Amarildo no RJ a Douglas em SP, e no último fim de semana, o jovem Vitor de 16 anos, que segundo os moradores e testemunhas, foi assassinado pela PM em uma abordagem aqui em Taboão da Serra. A pergunta feita por Douglas ainda continua ecoando: “Por que o senhor atirou em mim?”.

É dia de perguntarmos por que os negros ocupam os postos de trabalho mais precarizados: com os menores salários e as piores condições de vida, amargando e morrendo nas filas dos hospitais, sem creche para seus filhos, sem condições de moradia, sem uma educação de qualidade.

São muitas perguntas para serem feitas.
Um feriado não resolve essas questões, mas coloca em evidência o cotidiano do povo negro em nosso país, sendo assim um dia para refletir, relembrar, lutar, celebrar nossa cultura e nossa arte.

Agora, a quem interessa que isso não seja feito?

Assim como em Taboão da Serra, outras cidades ainda não colocam esse feriado em seu calendário, e em alguns lugares o feriado foi cassado por ordem judicial, como em Curitiba, a pedido da Associação dos comerciantes, que disse que teria muitos prejuízos com esse dia sem trabalho e sem produção. Mas, perguntamos: por que outros feriados não são questionados?

Assim como lá, essa data não é colocada como feriado para garantir o lucro e suprir a ganância de empresários e capitalistas, que enriquecem com nosso trabalho e nosso suor e se aproveitam do racismo e outros preconceitos para obter mais lucros sobre os negros, mulheres e homossexuais. Os governos como o de Fernando Fernandes (PSDB) e a Câmara Municipal de Taboão representam estes interesses empresariais e por isso estão contra a efetivação do feriado da Consciência Negra em nosso município.

É necessário que façamos uma luta, para que em 2014, essa data se torne feriado aqui em Taboão da Serra. O PSTU faz este chamado aos partidos operários, sindicatos e movimentos políticos, populares, sociais, culturais e da juventude de nossa região, pois somente com nossa luta conseguiremos que essa data cumpra sua função: que é relembrar nossa história, afirmar nossa luta e combater o racismo que cotidianamente nos assola.


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