Sobre os resultados das eleições municipais de
Taboão da Serra
(22 de outubro de 2012)
7.075
VOTOS CONTRA OS RICOS E CORRUPTOS
A
candidatura da Frente de Luta Socialista (PSOL – PSTU) com Stan-prefeito e
Wiliam Felippe-vice obteve 7.075 votos, o equivalente a 5,23% dos votos válidos
na eleição de 7 de outubro. Nossa chapa de vereadores obteve 2.907 votos
nominais e de legenda. Este resultado expressa o setor mais consciente do
eleitorado que se posicionou contra as candidaturas dos ricos e corruptos.
É um
resultado modesto em termos de votos, o que nos impediu de chegar à Prefeitura
e mesmo de eleger vereadores. Contudo, não medimos o nosso resultado apenas
pelo número de votos. Mais importante do que isso foi a ampla audiência e boa
receptividade que tivemos junto aos trabalhadores, setores críticos e ao povo
pobre da cidade.
Nossa
Frente uniu no terreno eleitoral os melhores representantes e lideranças das
lutas que são travadas em nosso município contra a exploração e a opressão,
contra as oligarquias que controlam o poder em seu próprio benefício. Durante o
processo eleitoral, nossa Frente foi a única que denunciou as falcatruas e a
corrupção que impera e seguirá imperando entre os donos do poder econômico e os
donos do poder político no município.
Levantamos
nas eleições as bandeiras dos movimentos de luta e dos sindicatos: Moradia,
Saúde, Educação, Creches, Transporte Coletivo, Fim da privatização e da
terceirização dos serviços públicos e Valorização dos Servidores Públicos.
Apresentamos uma alternativa socialista de governo, comprometida apenas com os
trabalhadores e os excluídos e que se propõe a governar apoiada na mobilização
do povo explorado e oprimido.
Saudamos
todos aqueles, os candidatos, militantes, apoiadores e nossos eleitores, que ousaram
levantar a voz e deixar seu voto contra os Fernandos & Aprígios, contra os
ricos e corruptos.
A
campanha do tostão contra o milhão,
da consciência contra a corrupção
Nossa
campanha foi a do tostão contra o milhão, a da consciência política contra a
corrupção. Nos orgulhamos de contar apenas com o apoio militante e voluntário
de pessoas que acreditam em nossas propostas políticas. Nos orgulhamos de não
ter recebido nenhum centavo de financiamento eleitoral dos empresários que
investiram milhões nas campanhas dos outros candidatos, e que agora vão receber
dos eleitos a fatura que será retirada dos cofres públicos.
A campanha
eleitoral de Taboão foi a mais milionária da história da cidade e uma das mais
milionárias do país. As máquinas eleitorais dos partidos que se revezam no
poder transformaram as eleições num verdadeiro comércio eleitoral. Tudo foi
feito na base da compra e venda, inclusive utilizando menores de idade e se
aproveitando das necessidades de uma parte da população desempregada e
subempregada. As tabelas de preço: segurar faixas e bandeiras e distribuir
panfletos (R$700,00), circular com carro de som (R$2.000,00), deixar colocar
banners nas casas (R$ 50,00). Durante todo o processo eleitoral sobraram
denúncias de distribuição de cestas básicas, alimentos, materiais de
construção, botijões de gás e um sem número de favores e benesses que corrompeu
abertamente uma parte do eleitorado. No dia da eleição comprava-se à luz do dia
o voto dos eleitores por no mínimo R$ 50,00.
Diante do
abuso do poder financeiro das duas principais candidaturas, o que fez a Justiça
Eleitoral? Pouco ou nada! As denúncias que eram comunicadas aos dois cartórios
eleitorais da cidade caíram no vazio. A bem dos funcionários dos tribunais é
bom que se diga que sequer os cartórios têm infraestrutura e número de
funcionários suficientes para garantir uma fiscalização adequada.
A
“proibição” da boca de urna não impediu que milhares de boqueiros estivessem
nas ruas no dia da eleição. Mas o que é pior, boqueiros foram contratados não
para buscar votos dos eleitores indecisos, mas sim como uma forma indireta de
compra do voto do próprio boqueiro. Quanto mais boqueiros, maior a expectativa
de votos.
A
permissão pela justiça eleitoral de pesquisas fraudulentas feitas por institutos de pesquisas questionáveis, divulgadas na véspera do processo
eleitoral na imprensa e nos carros de som, também contribuíram para confundir e
desestimular o eleitor.
Este
quadro lamentável é o que explica a desilusão de mais de 30% do eleitorado do
município: 32.436 não compareceram para votar, 10.926 votaram em branco e
13.687 votaram nulo, totalizando 57.049 eleitores, mais do que os votos do 2º
colocado.
A
“renovação” da Câmara de Vereadores é uma farsa
A imprensa
local tem glorificado uma suposta “renovação” da Câmara de Vereadores. Isso não
passa de propaganda enganosa: o poder Legislativo da cidade continua controlado
pelos mesmos grupos políticos e patronais de sempre. Mudaram as pessoas, mas os
partidos e políticos no poder são os mesmos. Os “fichas sujas” foram
substituídos por parentes e afilhados políticos.
O processo
eleitoral fraudulento e milionário que levou estes “novos” vereadores à Câmara
é a certeza de que legislarão contra o povo em benefício dos grandes
empresários que financiaram suas campanhas. Os trabalhadores que os elegeram
pagarão caro pelas falsas promessas eleitorais em que acreditaram. A “nova”
Câmara Municipal seguirá sendo o velho “balcão de negócios” manejado pela mesma
elite que domina a cidade há décadas.
Dias
piores virão
O
candidato do PSDB, Fernando Fernandes, que teve seu grupo expulso do poder a oito anos atrás, volta agora triunfante dizendo que “dias melhores virão”.
Muitos trabalhadores se deixaram iludir por este refrão. Outros votaram neste
candidato como “voto útil” para tirar do governo os representantes do atual
prefeito, atolado em escândalos de corrupção, Evilásio Farias. A verdade é que
o atual governo do PSB-PT foi tão ruim e envolvido em escândalos de corrupção
que preparou o terreno para esta verdadeira “volta dos mortos vivos”.
Mas, desde
já alertamos a população de Taboão: não devem esperar nada de bom do “novo”
governo. A política de sucateamento e privatização dos serviços públicos de
Saúde, Educação, Creches em benefício de apaniguados do poder, os altos preços
das tarifas de ônibus para beneficiar o monopólio da Pirajuçara, a falta de
investimentos em moradia popular, o arrocho salarial e a falta de direitos dos
servidores públicos municipais, estes e outros males vão continuar e se
aprofundar.
Os
trabalhadores, a juventude, defensores dos direitos humanos e o conjunto da
população, devem se organizar e rejeitar uma escalada da violência em
todos os sentidos, que no estado de São Paulo fugiu do controle do governo do
PSDB.
Estamos
na primeira fila
da oposição ao governo Fernando Fernandes
É por tudo
isso que, desde já, os partidos que compuseram a Frente de Luta Socialista, o
PSOL (Partido Socialismo e Liberdade) e o PSTU (Partido Socialista dos
Trabalhadores Unificado) se colocam na primeira fila da oposição ao governo do
PSDB. E fazemos um chamado ao conjunto dos movimentos populares e sindicatos de luta de Taboão da Serra
a seguirem cerrando fileiras contra os “novos” donos do poder.
A campanha
da Frente de Luta Socialista (PSOL – PSTU) e os valorosos votos que obtivemos
foi um passo à frente na organização dos trabalhadores. Temos certeza que
estamos mais fortes para seguirmos na luta por nossos direitos e por um verdadeiro
Governo Socialista dos Trabalhadores apoiado na mobilização e organização
popular, que segue sendo a nossa meta principal.
Junte-se a
nós nesta luta!
* * * *
Nota do PSTU/Taboão da Serra
A
VOTAÇÃO DO PSTU E DE SANDRA FORTES VEREADORA:
UM
PASSO À FRENTE NA ORGANIZAÇÃO DOS TRABALHADORES
Nossa
candidata a vereadora Sandra Fortes obteve 192 votos, e mais 59 votos foram
dados à legenda 16 do PSTU, totalizando 251 votos. Apesar de ainda serem
poucos, consideramos bastante valorosos estes votos, pois expressam um setor de
vanguarda dos trabalhadores que já tomou consciência da necessidade de
elegermos uma vereadora revolucionária e socialista para a Câmara de Taboão.
Este setor ainda é pequeno, mas reflete o que de melhor acumulamos na luta dos
trabalhadores da cidade.
A
possibilidade de conquistarmos em futuras eleições uma votação maior depende do
fortalecimento desta vanguarda das lutas, tanto em número de pessoas quanto em
consciência e firmeza política. Em nossa opinião, a votação de Sandra Fortes é
um passo à frente neste caminho e nosso desafio é organizar estes trabalhadores
e trabalhadoras no PSTU, como filiados e militantes do partido. A nossa maior
vitória nestas eleições foi justamente o crescimento da influência política do
PSTU, o fortalecimento de nossa militância e a entrada de novos filiados e
militantes.
Em nível
nacional o PSTU fez uma campanha de denúncia dos governos e candidatos dos
ricos e corruptos, apresentando propostas socialistas para a melhoria das
condições de vida do povo pobre e trabalhador. E conquistamos uma vitória
importante com a eleição de dois vereadores: a professora Amanda Gurgel, em
Natal, Rio Grande do Norte, com uma votação de quase 33 mil votos
(proporcionalmente a maior votação de vereador do país), e de Cleber Rabelo, o
primeiro operário da construção civil a ser eleito para a Câmara de Belém do
Pará. Através destes companheiros colocaremos em prática a nossa concepção de
mandatos revolucionários e socialistas, a serviço das lutas dos trabalhadores.
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