domingo, 28 de junho de 2015

Sandra Fortes retorna ao trabalho após cumprir suspensão imposta pelo prefeito de Taboão


Após cumprir uma suspensão de 60 dias, com corte de salários e direitos, a professora Sandra Fortes retornará ao trabalho no próximo dia 3 de julho. Sandra é presidente do diretório municipal do PSTU, diretora da Atraspacts (Associação dos Trabalhadores da Prefeitura de Taboão da Serra) e membro da executiva da Subsede da Apeoesp Taboão.

A punição, ordenada pelo Secretário da Educação de Taboão da Serra, João Medeiros, a mando do prefeito Fernando Fernandes (PSDB), foi aplicada mesmo após os depoimentos das testemunhas no processo administrativo comprovarem que as acusações contra a professora são completamente falsas.


O que confirma nossa avaliação de que não se deveria depositar nenhuma confiança na comissão processante nomeada pelo prefeito, que é o principal acusador e quem detém a última palavra em relação ao processo. O veredito injusto contra Sandra Fortes só confirma que o processo foi uma fraude montada para perseguí-la, com o objetivo de intimidar a luta do funcionalismo municipal e calar a voz dos trabalhadores da cidade que lutam por seus direitos. Uma perseguição política que evidencia também o caráter machista e racista dos “senhores da cidade” que não toleram ser desafiados por uma liderança negra e feminista.

A punição a Sandra Fortes não é um fato isolado, é parte de um conjunto de medidas repressivas que vem sendo tomadas pelos governos contra as lutas dos trabalhadores: o massacre de Beto Richa (PSDB) aos professores do Paraná; a proibição dos comandos de greve visitarem as escolas, o corte de ponto dos professores grevistas e a demissão dos 42 metroviários na greve do ano passado, impostas por Alckmin (PSDB) em São Paulo; a sentença judicial que obrigou os servidores e professores de Itapecerica da Serra a manter 80% de funcionamento das repartições públicas, inviabilizando sua greve; o despejo violento dos sem teto da ocupação Mandela, em Osasco, apenas para citar os casos mais próximos e recentes. O alvo principal desta repressão são as novas lideranças que lutam para construir uma alternativa independente dos patrões e dos governos, enfrentando a burocracia sindical encastelada em sindicatos como o SindTaboão, que se tornou um mero braço do governo do PSDB.

A repressão aumenta no mesmo ritmo dos ataques aos nossos direitos promovidos pelos governos dos patrões, desde Dilma até os governadores e prefeitos de todos os partidos governantes (PT, PMDB, PSDB, PSB, etc). Estão aí as leis de Dilma que atacam nossa aposentadoria, pensões, seguro desemprego, abono salarial e que ampliam a terceirização e a precarização. Estão aí os cortes de recursos da Educação, Saúde, Moradia e outros setores vitais para a classe trabalhadora, dinheiro público que é desviado para o bolso dos grandes capitalistas, a começar pelos banqueiros e agiotas da dívida pública. Os governadores e prefeitos de norte a sul de país seguem à risca o exemplo do governo federal. O poder legislativo e a “Justiça” não tem nenhuma independência e são apenas instrumentos a serviço do poder executivo. E estes ataques acontecem justamente no momento em que os trabalhadores mais necessitam dos benefícios e direitos trabalhistas para enfrentar a crise criada pelos capitalistas e seus governos corruptos.

É isto o que vem fazendo o prefeito de Taboão, Fernando Fernandes, que segue ignorando a data base do funcionalismo (como vem acontecendo há 19 anos) e descumprindo compromissos como o pagamento do Vale Transporte. Neste ano, o prefeito já fez dois grandes ataques aos direitos do funcionalismo municipal: cortou arbitrariamente o direito adquirido à insalubridade e mudou as regras do recolhimento previdenciário, causando uma redução dos benefícios da aposentadoria e colocando em risco o caixa do TaboãoPrev.
A repressão a Sandra Fortes tem como objetivo amedrontar o funcionalismo para que não lute em defesa dos seus direitos e salários.

O PSTU faz um chamado a todos os trabalhadores e trabalhadoras, em particular ao funcionalismo municipal de Taboão, a que não se deixem amedrontar pelo governo e que sigam o exemplo das inúmeras categorias em luta pelo país. É hora de organizar uma nova greve unificada do funcionalismo municipal e de exigir dos sindicatos e centrais sindicais pelegos e governistas da CUT, Força Sindical, UGT, CTB e outros que rompam com os patrões e os governos e atendam ao chamado da CSP-Conlutas pela realização de uma Greve Geral contra as demissões e em defesa dos nossos salários e direitos.

A punição injusta a nossa camarada não nos calará, nem amedrontará. O PSTU segue firme na luta junto à nossa classe.

Nota do PSTU de Taboão da Serra (27/6/2015)



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