domingo, 29 de novembro de 2015

Diretorias de Ensino: burocracia a serviço de Alckmin



Por W. Ioffe – professor da Rede Estadual de Ensino de São Paulo

O governo encarregou diretamente as Diretorias de Ensino de aplicar a Reorganização Escolar. Dirigentes e supervisores (as) se empenharam em fazer passar a proposta do governo na íntegra.
Na Diretoria de Taboão e Embu, a dirigente Mercês Bighetti foi obrigada a receber as comissões de representantes devido à grande força das manifestações que tomaram a BR 116 e as ruas centrais de Taboão e Embu. Nas várias reuniões que foram realizadas, a dirigente usou a tática da enrolação, apresentando slides, estatísticas e argumentos para tentar iludir os representantes de estudantes, professores e comunidade de que a reorganização seria boa para a Educação. Todavia, suas propostas foram sendo desmascaradas uma a uma pela argumentação dos representantes do movimento.
Já na Diretoria de Itapecerica, sob a direção de Reinaldo Inácio, a ordem foi baixar a repressão sobre os professores, estudantes e pais para tentar inibir as manifestações. Esta repressão ocorreu principalmente nas escolas mais mobilizadas. Na Escola Estadual Antônio Florentino, no Jardim Jacira, o professor Alex, que é membro suplente da Executiva da Subsede, foi ameaçado pela vice-diretora e pela supervisora da escola de ser processado pelo fato de estar organizando as manifestações junto com os estudantes e a comunidade escolar. Mas, o tiro saiu pela culatra, porque o professor recebeu total apoio dos estudantes, pais e mães. Na Escola Estadual Asa Branca, os professores Christian e Fátima, representantes de escola da Apeoesp, também foram ameaçados pela direção e os cartazes e materiais da Apeoesp foram retirados da sala dos professores.
Os burocratas das diretorias de ensino e alguns diretores de escola se esforçam para dividir o movimento, tentando colocar os estudantes contra os professores e contra a Apeoesp, incentivando a despolitização da juventude e que devem ser comportados e dóceis diante do governo e seus representantes.

Cargos de confiança do governo

Havia muita expectativa da parte dos estudantes, pais e mães de que os dirigentes de ensino de Taboão/Embu e de Itapecerica ficassem ao lado da comunidade escolar e levassem suas reivindicações ao governo. Mas, esta expectativa foi frustrada. A experiência demonstrou que estes dirigentes e seus supervisores são meros burocratas nas mãos de Alckmin e Hermann, meros instrumentos para a aplicação de políticas autoritárias como a Reorganização Escolar. Isso acontece porque a maioria deles ocupam cargos de confiança do governo, não são representantes da comunidade escolar, mas sim do governo que os nomeia. O mesmo ocorre com as direções de escola, que também mostraram sua impotência ou conivência com a política anti-Educação do governo. 

A experiência desta luta mostra que os diretores de escola devem ser eleitos pela comunidade escolar e não nomeados pelo governo. Só assim poderão representar a comunidade e suas reivindicações. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário