quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Contra a reorganização em ciclos da rede estadual de ensino de São Paulo

O Brasil está inserido em uma grave crise econômica e social, com inflação e desemprego aumentando. Para sair desta, o governo do estado de São Paulo está aplicando o mesmo receituário que muitos governos estaduais e o governo federal. Esta receita passa pela retirada dos direitos da classe trabalhadora, ajustes fiscais com corte de verbas da área social (especialmente da educação) e precarização do trabalho dos funcionários públicos.

Se o governo federal no começo de 2015 retirou cerca de 1/3 da verba da educação (cerca de 7 bilhões de reais), o governador Alckmin no começo de 2015 cortou cerca de 1,2 bilhões de reais.








O governador Geraldo Alckmin (PSDB) está realizando uma reorganização das escolas em Ciclos, que, na verdade, significa um grande ataque para a educação pública paulista. Com a reorganização a ser aplicada em 2016, teremos muito mais verbas destinadas à educação sendo cortadas.

Esta reorganização já ocorreu antes na rede estadual de ensino de São Paulo, em 1995, aplicada pela dupla Rose Neubauer e Mario Covas (PSDB). Nesta, cerca de 50 mil professores foram demitidos, 8 mil salas de aulas foram fechadas e 105 escolas foram desativadas.

A reorganização das escolas em Ciclos é imoral e anti-democrática, pois está sendo imposta pelo governador e não houve diálogo com a comunidade escolar (professores, sindicatos, alunos e pais).

Esta significará fechamento de muitas escolas (podendo se chegar à mil) e de muitos períodos, praticamente extinguindo o período noturno e o EJA de Ensino Médio, que serão concentrados em poucas unidades de ensino (algumas com acesso muito ruim), superlotando ainda mais as salas de aulas. O acúmulo de professores em outras redes será muito prejudicado, aumentando o número de exonerações na rede estadual (que já é altíssima, cerca de 3 mil por ano).

Teremos um remanejamento recorde de alunos (de cerca de 1 milhão) e milhares de remanejamentos compulsórios de professores.  Além do mais, acontecerá a demissão de milhares de professores, cerca de 40 mil, que se somarão aos 20 mil temporários demitidos no começo do ano letivo de 2015. Milhares de trabalhadores terceirizados da merenda e da limpeza serão demitidos.

A reorganização fará com que as salas de aulas fiquem cada vez mais superlotadas, aumentando a evasão na rede e piorando o aprendizado dos alunos.



Com a reorganização em ciclos, há uma clara intenção do governo estadual de municipalizar todo o Ensino Fundamental, fato que já ocorreu nas redes estaduais de ensino de Minas Gerais e do Rio de Janeiro, que só possuem Ensino Médio.

As comunidades escolares de várias escolas da rede do estado de São Paulo estão se manifestando contrário à reestruturação e tem feito rebeliões e protestos massivos, destacando a juventude que tem realizado atos conjuntamente com pais e professores. A reorganização não pode passar e o centro da luta é por uma educação de qualidade.



É um absurdo esta reorganização das escolas em ciclos que o governador Alckmin está impondo. Ela deve ser barrada para que a educação pública não seja comprometida e a rede estadual de ensino de São Paulo não seja destruída. 


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