O
Brasil está inserido em uma grave crise econômica e social, com inflação e
desemprego aumentando. Para sair desta, o governo do estado de São Paulo está
aplicando o mesmo receituário que muitos governos estaduais e o governo
federal. Esta receita passa pela retirada dos direitos da classe trabalhadora,
ajustes fiscais com corte de verbas da área social (especialmente da educação)
e precarização do trabalho dos funcionários públicos.
Se
o governo federal no começo de 2015 retirou cerca de 1/3 da verba da educação
(cerca de 7 bilhões de reais), o governador Alckmin no começo de 2015 cortou
cerca de 1,2 bilhões de reais.
O
governador Geraldo Alckmin (PSDB) está realizando uma reorganização das escolas
em Ciclos, que, na verdade, significa um grande ataque para a educação pública
paulista. Com a reorganização a ser aplicada em 2016, teremos muito mais verbas
destinadas à educação sendo cortadas.
Esta
reorganização já ocorreu antes na rede estadual de ensino de São Paulo, em
1995, aplicada pela dupla Rose Neubauer e Mario Covas (PSDB). Nesta, cerca de
50 mil professores foram demitidos, 8 mil salas de aulas foram fechadas e 105
escolas foram desativadas.
A
reorganização das escolas em Ciclos é imoral e anti-democrática, pois está
sendo imposta pelo governador e não houve diálogo com a comunidade escolar
(professores, sindicatos, alunos e pais).
Esta
significará fechamento de muitas escolas (podendo se chegar à mil) e de muitos
períodos, praticamente extinguindo o período noturno e o EJA de Ensino Médio,
que serão concentrados em poucas unidades de ensino (algumas com acesso muito
ruim), superlotando ainda mais as salas de aulas. O acúmulo de professores em
outras redes será muito prejudicado, aumentando o número de exonerações na rede
estadual (que já é altíssima, cerca de 3 mil por ano).
Teremos
um remanejamento recorde de alunos (de cerca de 1 milhão) e milhares de
remanejamentos compulsórios de professores. Além do mais, acontecerá a demissão de
milhares de professores, cerca de 40 mil, que se somarão aos 20 mil temporários
demitidos no começo do ano letivo de 2015. Milhares de trabalhadores
terceirizados da merenda e da limpeza serão demitidos.
A
reorganização fará com que as salas de aulas fiquem cada vez mais superlotadas,
aumentando a evasão na rede e piorando o aprendizado dos alunos.
Com
a reorganização em ciclos, há uma clara intenção do governo estadual de
municipalizar todo o Ensino Fundamental, fato que já ocorreu nas redes estaduais
de ensino de Minas Gerais e do Rio de Janeiro, que só possuem Ensino Médio.
As
comunidades escolares de várias escolas da rede do estado de São Paulo estão se
manifestando contrário à reestruturação e tem feito rebeliões e protestos
massivos, destacando a juventude que tem realizado atos conjuntamente com pais
e professores. A reorganização não pode passar e o centro da luta é por uma
educação de qualidade.
É
um absurdo esta reorganização das escolas em ciclos que o governador Alckmin
está impondo. Ela deve ser barrada para que a educação pública não seja
comprometida e a rede estadual de ensino de São Paulo não seja destruída.
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